Se as tuas manhãs são uma agitação e não tens tempo sequer para tomar o pequeno-almoço, este artigo é para ti. As tuas hormonas não te dão tréguas? Então a leitura é mesmo obrigatória!
Alguns desequilíbrios hormonais podem ter origem ou ser potenciados pela alimentação, tais como:
Fadiga;
Falta de libido;
Insónia;
Variações de humor;
Distúrbios intestinais (obstipação e diarreia);
Acne;
Enxaquecas;
Miomas;
Amenorreia;
Menstruação dolorosa;
SOP (síndrome dos ovários poliquísticos) ou PCO (ovários poliquísticos);
Endometriose;
Infertilidade;
Aborto recorrente;
Ciclos menstruais irregulares;
Obesidade;
Sempre que acho necessário peço aos pacientes para me descreverem a sua alimentação. A resposta, normalmente está na ponta da língua: “A minha alimentação é normal”. E daí inicio o longo escrutínio sobre o que é que consideram uma alimentação “normal”. É engraçado perceber que a perceção de “normal” varia de pessoa para pessoa. Mas confesso que a cereja no topo do bolo do desequilíbrio hormonal vem quando referem que não tomam o pequeno almoço, ou que saltam os lanches entre as refeições, ou até quando me dizem que jantam muito tarde ou nem sequer chegam a jantar. Aí eu juro que penso: “Como eu percebo estas hormonas!”.
Mas podemos atribuir as culpas todas à alimentação que fazemos? Não, não podemos. A saúde não é assim tão linear, recordam-se? Mas podemos perceber se estamos a dificultar a vida às nossas hormonas e a possibilitar uma boa saúde no geral.
Vamos mudar a perspetiva e compreender duas coisas muito importantes para a correta função hormonal:
Horários regulares: intervalos de 2,5h ou 3h entre refeições facilitam o bom funcionamento hormonal. Uma grande parte das hormonas relacionam-se com os níveis de açúcar no sangue, por isso devemos fazer um abastecimento regular e correto (Não conta pensar em comer este mundo e o outro, e só junk food!);
Quantidades adequadas: aqui voltamos novamente a falar do açúcar no sangue, precisamos de perceber que usamos a glicose que necessitamos no imediato e o excesso de açúcar é enviado para o fígado. De seguida o fígado vai armazenar e voltar a usar posteriormente sempre que necessário, ou seja, sempre que o organismo precisar novamente de energia e não a tenha disponível naquele momento.
Facilmente identificamos exemplos práticos e percetíveis de desequilíbrios hormonais cuja origem está estreitamente conectada com os motivos dados anteriormente. Vamos pensar nas pessoas que fazem as duas principais refeições ao longo do dia e nada mais. Muitas vezes, e embora a quantidade de alimentos seja reduzida, apresentam excesso de peso. Porque será que isso acontece?
O fígado é um dos principais órgãos responsáveis pela desintoxicação do organismo. É ele que “desintoxica” a comida, e também as hormonas. Este processo é essencial para nos mantermos felizes e saudáveis (e olha que o fígado é maravilhoso nesta sua tarefa!). No entanto, sempre que se vê com os níveis de açúcar baixos, ele é obrigado a parar a desintoxicação hormonal e a concentrar-se em recolher e libertar a glicose armazenada de volta para a corrente sanguínea. Isto acontece para garantir o normal funcionamento do organismo.
Então, agora imaginem saltar o pequeno-almoço ou outras refeições (mas, principalmente o pequeno-almoço) durante um dia, uma semana, um mês, um ou mais anos… Como é que o corpo aguenta? Como é que o corpo consegue regular? Eu costumo dizer que a máquina vai funcionando mesmo quando as peças não são as originais e muitas vezes quando o óleo não é o recomendado, mas ambas as coisas lesam (por vezes tanto que chegam a levar à paragem da máquina, mais tarde).
Excessos e faltas de açúcar, assim como hormonas que não tem a “atenção” devida por parte do fígado levam a desequilíbrios hormonais na certa.
Não sei quanto a vocês, mas eu cá pretendo dar o tempo necessário ao fígado para ele conseguir manter as minhas hormonas “felizes” e saudáveis. E vamos confessar que o esforço não é assim tão grande, se nos organizarmos devidamente!
Aproveito para relembrar uma frase que me ecoa mentalmente sempre que penso que não tenho tempo para optar por uma solução mais saudável:
“Aquele que não tem tempo para cuidar da saúde, terá que arranjar tempo para cuidar da doença” – Autor desconhecido.